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Amamentação
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Amamentar é um ato natural e constitui a melhor forma de alimentar, proteger e amar o seu bebé. A amamentação é um processo fisiológico, natural,  mas que precisa de ser aprendido.

A gravidez é um tempo especial na vida da mulher. Se nunca amamentou - e mesmo que já o tenha feito - é natural que tenha algumas dúvidas. Está demonstrado que a maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos. As causas dos problemas que algumas mulheres têm com a amamentação, e que as levam a desistir de amamentar, são a falta de informação, a falta de apoio, de experiência e de conhecimentos técnicos. Por tudo isso, os meses de gravidez são a época ideal para ler e aprender o mais que puder sobre amamentação. 


Topo da Pagina topo da páginaPor que Amamentar

O leite humano é muito diferente do leite adaptado (leite em pó).

O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o seu bebé necessita para ser saudável. Além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebé de certas doenças e infecções.

O aleitamento materno protege as crianças de otites, alergias, vómitos, diarréia, pneumonias, bronquiolites e meningutes.

Outras vantagens do leite materno para o bebé é que ele melhora o desenvolvimento mental do bebé e é mais facilmente digerido. Amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre a mãe e a criança, designada tecnicamente por vínculo afetivo. Atualmente, sabe-se que um vínculo afetivo sólido facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com as outras pessoas. O ato de mamar no peito também melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes.

Amamentar tem vantagens também para a mãe. A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa. Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar e ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente. A perda de sangue depois do parto acaba mais cedo com a amamentação, além de que amamentar protege do câncer da mama que surge frequentemente antes da menopausa. A amamentação protege do câncer do ovário, protege da osteoporose e a amamentação exclusiva protege ainda da anemia (deficiência de ferro). As mulheres que amamentam demoram mais tempo para ter menstruações, por isso as suas reservas de ferro não diminuem com a hemorragia mensal. E amamentar é muito prático! Não é necessário esterilizar e preparar mamadeiras.

Amamentar também é vantajoso para a família. A amamentação é mais económica para a família. Basta multiplicar o preço de uma lata de leite em pó, pelo número de latas necessárias ao longo da vida da criança, e somar ainda o dinheiro gasto na preparação de mamadeiras.

O leite adaptado (leite em pó) é muito diferente do leite materno e a sua utilização tem riscos para o bebé. Os leites artificiais usados habitualmente, são feitos a partir de leite de vaca. Por essa razão, o uso de leite artificial aumenta o risco de alergia ao leite de vaca. As crianças que são alimentadas com leite artificial têm maior risco de vir a sofrer de otites, amigdalites, bronquiolites, pneumonias, diarreias, infecções urinárias e sépsis. As crianças alimentadas com leite em pó, além de terem maior risco de sofrer as infecções referidas, as infecções de que sofrem surgem com maior gravidade, porque o seu sistema imunitário não recebe a ajuda dos anticorpos, glóbulos brancos e outros factores imunológicos presentes no leite materno. As crianças alimentadas com leite artificial têm maior risco de desenvolver linfomas. As crianças que são alimentadas com leite em pó têm maior risco de vir a sofrer de Diabetes tipo I (insulino-dependente). As crianças que são alimentadas com leite artificial têm maior risco de sofrer obesidade na vida adulta. As crianças alimentadas com leite em pó têm maior risco de desenvolver eczema, asma e outras manifestações de doença alérgica.

O aleitamento materno faz parte do conhecimento natural do ser humano. Os benefícios da mamentação e da relação afetiva que este promove à mãe- filho, bem como os inúmeros outros
benefícios advindos desta relação.

O aleitamento materno enfatiza de forma especial os aspectos físicos, nutricionais , imunológicos e psicológicos da criança. Todos de fundamental importância.

A UNICEF calcula que um milhão e meio de crianças morrem por ano por falta de aleitamento materno. E não se pense que é só nos países do terceiro mundo. Mesmo nos países industrializados muitas mortes se poderiam evitar com o aleitamento materno.

 

Topo da Pagina topo da páginaRecomendações OMS

Desde 1991, a Organização Mundial de Saúde, em associação com a UNICEF, tem vindo a empreender um esforço mundial no sentido de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno.

As recomendações da Organização Mundial de Saúde relativas à amamentação são as seguintes:

  1. As crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade. Ou seja, até essa idade, o bebé deve tomar apenas leite materno e não deve dar–se nenhum outro alimento complementar ou bebida.
  2. A partir dos 6 meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares (sopas, papas, etc.) e manter o aleitamento materno.
  3. As crianças devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os 2 anos de idade.

    Dez passos para o sucesso da amamentação,  segundo recomendações da OMS/UNICEF: 

    1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, a qual deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde. 2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma. 3. Informar todas as grávidas atendidas sobre as vantagens e a prática da amamentação. 4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto. 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas de seus filhos. 6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja por indicação médica. 7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e os bebés permaneçam juntos 24 horas por dia.  8. Encorajar a amamentação sob livre demanda (sempre que o bebé quiser). 9. Não dar bicos artificiais (tetinas) ou chupetas a crianças amamentadas. 10. Encorajar a criação de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.



Topo da Pagina topo da páginaA Posição

Na amamentação a posição é muito importante. A má posição de mamada pode ser causa de dores nas costas; mamilos gretados e dolorosos; mamas ingurgitadas (muito cheias e dolorosas); má produção de leite e por isso o bebé não aumenta bem de peso. O bebé fica insatisfeito e por isso quer mamar a toda hora ou fica frustrado e por isso recusa a mama.

Há várias razões para a má posição de mamada:  se o bebé recebeu mamadeira ou chupeta nas primeiras semanas de vida ele pode ter uma má posição de mamada.  O modo de sugar na chupeta ou na mamadeira é diferente do modo de mamar ao peito da mãe.  Assim, o bebé pode tentar sugar o mamilo da mãe como se fosse um bico de borracha.

Podemos afirmar inclusive, que o momento da mamada é único e merece uma preparação toda especial. Existem algumas técnicas que ajudam a mamãe a achar a posição correta para acomodar o bebê e facilitar à pega.

Posição Sentada: As costas devem estar direitas (retas) e apoiadas (a mãe não deve estar recostada para trás); os pés estão apoiados (no chão, num pequeno banco ou em vários livros empilhados); o regaço está plano ou os joelhos ligeiramente mais altos do que o regaço. Deve-se usar várias almofadas para apoiar as costas e os braços ou para elevar o bebê.

Como segurar o bebê na Posição Sentada: O bebé deve estar em contato com a mãe (barriga com barriga). O bebé deve estar virado de frente para a mãe, com a cabeça, ombros e corpo em linha reta. O nariz do bebé deve estar ao mesmo nível do mamilo. A cabeça do bebé deve repousar no antebraço da mãe. O bebé deve ser capaz de alcançar o peito facilmente, sem ter que se esticar nem girar a cabeça. A mãe aproxima o bebé do peito e não o peito do bebé. Se for necessário segurar a criança, segure por trás dos ombros, não por trás da cabeça.

Como o bebê pega na mama: Depois do bebé bem posicionado, com o nariz a nível do mamilo, espere que ele abra a boca bem aberta (pode-se estimular a abertura da boca roçando com o mamilo nos lábios do bebé). Rapidamente, aproxime o bebé da mama, de modo que o seu lábio inferior toque na mama o mais longe possível da base do mamilo (assim, o mamilo estará apontado em direção ao céu da boca).

Sinais de que o bebê pega bem na mama: A boca do bebé está muito aberta e ele tem uma grande porção de mama dentro da boca (lembre-se que amamentar é “dar o peito”, não é dar apenas o mamilo). O queixo está toca na mama e o lábio inferior está enrolado para trás. Se existir aréola visível, mais quantidade é visível acima do lábio superior do que abaixo do lábio inferior.

Amamentar Deitada: A mãe deve estar deitada de lado, com uma almofada volumosa debaixo da cabeça (ou então usar duas almofadas de menor volume). Para maior conforto, pode colocar uma almofada entre os joelhos. O bebé deve estar deitado de lado, totalmente virado de frente para a mãe, com a cabeça, ombros e corpo em linha reta. O bebé deve estar em contato com a mãe (barriga com barriga). Esta posição é especialmente indicada para as mamadas noturnas. Esta posição é muito útil se a mãe teve um parto por cesariana.

As mamadas noturnas são muito importantes para a manutenção da amamentação.

Dormir na mesma cama com o bebé, facilita o aleitamento materno. A mãe que dorme na mesma cama com o seu bebé, repousa mais porque o bebé pode mamar sempre que queira, sem que a mãe tenha que levantar-se.

 

Topo da Pagina topo da páginaPartilhar a Cama Com Seu Bebê

A UNICEF e a Foundation for the Study of Infant Deaths publicaram um folheto intitulado "Partilhar a Cama com o Seu Bebé" com o objetivo de informar acerca dos beneficios de partilhar a cama com o bebé, e das condições de segurança necessárias, para que não seja perigoso.

Amamentar é melhor para a saúde do seu bebé e para a sua própria saúde. Quanto mais tempo amamentar, maiores serão os benefícios para ambos. É recomendado que o seu bebé partilhe o mesmo quarto consigo, pelo menos até aos primeiros 6 meses, tendo em conta que facilita a
amamentação e protege o bebé de morte súbita.

Trazer o bebé para a sua cama, significa você poder amamentar em conforto. Este pode ser um motivo, pelo qual as mães que partilham a cama com o bebé têm tendência a amamentar durante mais tempo, comparativamente com as que não o fazem. Como é fácil adormecer enquanto amamenta, especialmente quando o faz deitada, existem alguns pontos importante a ter em conta antes de levar o bebé para a sua cama.

A destacar, que as camas dos adultos não são desenhadas, a pensar na segurança das crianças. Os bebés podem morrer se ficarem presos ou entalados na cama, ou se os pais se debruçarem por cima deles. Assim, o lugar mais seguro para um bebé dormir é num berço, ao lado da sua cama.

Quando não dormir com o seu bebê na cama:

Fumar aumenta o risco de morte súbita. Você deveverá tomar medidas para nunca adormecer com o bebé na sua cama, se (você ou qualquer outra pessoa na cama) for fumante, mesmo que nunca fume na cama. Nunca durma com o bebé num sofá ou cadeirão. Adormecer com o bebé pode ser igualmente perigoso se você (ou qualquer outra pessoa na cama) sentir dificuldade em cuidar do bebé. Por exemplo: se bebeu álcool, se consumiu qualquer tipo de drogas (legais ou ilegais) que possam causar sonolência, se tem qualquer doença ou condição que possa afetar o seu estado de alerta para com o seu bebé, se está particularmente cansada, ao ponto de perceber que terá dificuldade de reagir ao bebé.

Também pode ser mais seguro não partilhar a cama com o bebé nos seus primeiros meses de vida, se o seu bebé nasceu prematuro, com baixo peso à nascença ou se tem temperatura elevada.

Reduzir o risco de acidentes ou de sobreaquecimento: os sofás são perigosos para os bebés, visto que eles podem ficar presos nos lados ou nos acentos. Nunca se deite ou adormeça com o seu bebé num sofá ou cadeirão. As camas dos adultos não foram desenhadas para bebés. Para prevenir o sobreaquecimento, sufoco ou ficar preso:

1. O colchão deve ser firme e liso . Colchões de água, colchões de ar, não são adequados;
2. Certifique-se que o seu bebé não pode cair da cama ou ficar entalado entre o colchão e a parede;
3. O quarto não pode estar muito quente (16-18oC é o ideal);
4. O bebé não deve estar demasiado vestido - o bebé não deverá ter mais roupa do que aquela que você lhe vestiria se ele estivesse na cama sozinho;
5. Os cobertores não podem aquecer demasiado o bebé ou cobrir-lhe a cabeça;
6. O bebé não pode ser deixado sozinho na cama, pois mesmo os bebés mais pequenos se podem colocar em posições perigosas;
7. O seu companheiro deverá saber quando o bebé está na cama;
8. Se uma criança mais velha estiver também na mesma cama, você ou o seu companheiro deverá dormir entre a criança e o bebé;
9. Animais de estimação não devem partilhar a cama com o bebé.
Qualquer questão, os serviços de saúde estarão aptos a aconselhá-la.

A Posição Para Dormir:

Se partilha a cama com o seu bebé, é importante certificar-se que o bebé não poderá ficar ou ir para debaixo dos cobertores ou da almofada. A maioria das mães que amamentam, automaticamente dormem viradas para o bebé, com o corpo numa posição que protege o bebé, impedindo-lhe o movimento na cama. O bebé normalmente é deitado de lado para amamentar. Quando não estiver sendo amamentado, ele deverá ser deitado de costas, nunca para baixo ou de lado. Se alimenta o seu bebé com mamadeira, o lugar mais seguro para ele dormir é num berço, ao lado da sua cama.

 

Topo da Pagina topo da páginaTrabalhar e Amamentar

É possível continuar a amamentar depois de terminada a licença por maternidade.  Existem várias opções, para manter a amamentação nesta fase. Amamente o seu bebé sempre que você esteja em casa. Para manter uma boa produção de leite é importante amamentar muitas vezes.  Quanto mais você dá de mamar, mais leite você terá.  Pode amamentar o seu bebé a qualquer hora,  mesmo depois de ele ter comido uma refeição de sopa ou de papa.

Amamente o seu bebé de manhã, logo ao acordar,  á tarde, quando regressa a casa depois de um dia de trabalho,  ao serão e antes de o adormecer.  Aproveite os fins-de-semana para amamentar com mais frequência e assim estimular a produção de leite.

No trabalho, retire o seu leite com uma bomba, para esvaziar o peito. Esse leite pode ser dado ao bebé quando a mãe não está (na creche ou na ama) ou pode servir para preparar uma papa.

Reserve tempo suficiente para que você fique descontraída ao retirar o leite com a bomba (se estiver com pressa, talvez não consiga retirar leite suficiente).  Mesmo que tenha que deitar fora o leite, por não ter condições para o guardar, é importante esvaziar os seios regularmente, para assim continuar a produzir muito leite.  Deve retirar o leite com a mesma frequência com que o bebé mamaria.

Alguns bebés negam-se a comer quando a sua mãe não está. Alguns bebés compensam a ausência da mãe, mamando várias vezes durante a noite.  Talvez por isso, muitas mães que trabalham optam por dormir junto dos seus filhos, que assim podem mamar sem que a mãe desperte.

Alguns bebés adaptam-se bem a mamadeira, outros não.  Alguns bebés, depois de se habituarem a mamadeira, rejeitam a mama. Por isso, é preferível que o leite materno que lhes é administrado, na ama ou na creche, o seja por um pequeno copo.

Escolha uma creche ou uma ama que fique perto do seu local de trabalho. Assim, pode aproveitar as horas de dispensa do trabalho para amamentação para se deslocar até á creche e aí amamentar o seu bebé.

Trabalhar a Tempo Parcial

Após a Licença por Maternidade (120 dias ou 150 dias) a mãe pode gozar a Licença Parental, que, numa das suas modalidades, consiste em trabalhar a tempo parcial (metade do tempo completo) durante um período máximo de 12 meses, com a consequente redução do salário.

A mãe pode solicitar uma licença sem vencimento, ao abrigo da Licença Parental ou da Licença Especial para assistência a filho até aos 6 anos de idade.

 

Topo da Pagina topo da páginaPerguntas Frequentes

Durante a gravidez, como posso me preparar para amamentar?

A melhor forma de se preparar para amamentar é ler e aprender, o mais que puder, sobre amamentação.  É provável que vá encontrar informação muito contraditória sobre aleitamento materno e que se vá sentir confusa por causa disso. É muito importante que obtenha informação completa e atualizada sobre este tema visto que existem muitos mitos e práticas erradas (até mesmo por alguns profissionais de saúde) em matéria de aleitamento materno.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF, são organizações de referência para a defesa de uma boa saúde e dos direitos das crianças, e fornecem recomendações muito importantes sobre o que é necessário para amamentar com sucesso. É particularmente importante aprender a posicionar corretamente o bebé ao peito e a fazer com que ele “agarre” corretamente a mama.

 

Durante a gravidez, a preparação dos mamilos para amamentar é importante?

As manobras para modelar os mamilos, a aplicação de diversos tipos de cremes, a expressão de colostro durante a gravidez e a fricção dos mamilos não são eficazes como forma de preparação para amamentação e não evitam o aparecimento de problemas tais como a formação de gretas ou mamilos dolorosos.  A aplicação de álcool ou a lavagem dos mamilos com sabonete (ou gel duche, ou outro agente detergente) aumenta a incidência de problemas tais como mamilos dolorosos.  Recomenda-se, por isso, que os mamilos sejam lavados apenas com água.

 

Posso não ter leite suficiente para o meu bebê?

A imensa maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos. A causa principal que leva as mulheres a pensar que não têm leite suficiente é falta de informação, falta de apoio e de conhecimentos técnicos.

Quando o bebé mama ao peito, estimula as terminações nervosas que farão com que a sua mãe produza muito leite. Quanto mais o bebé mama, mais leite a mãe produz. Por isso, as mães que têm gémeos conseguem produzir leite suficiente para dois bebés.

E se o meu leite for fraco?

Não existe leite fraco! Se alguém lhe falar de "leite fraco" é porque está mal informado sobre aleitamento materno.  O leite humano tem um aspecto mais aguado do que o leite de vaca porque o leite de cada espécie de animal é quimicamente adequado para as respectivas crias (por exemplo, o leite de vaca é quimicamente ideal para alimentar bezerros, e não é adequado ao bebé humano).

De quanto em quanto tempo devo dar o peito ao meu bebê?

Depende do bebé: há bebés que têm necessidade de mamar frequentemente e durante muito tempo e outros que mamam mais espaçadamente e fazem mamadas mais curtas. Cada bebé tem a sua maneira pessoal de alimentar-se e sentir-se confortado.

Deixe o seu bebé mamar em regime livre, isto é, sempre que ele pedir (sempre que a si lhe pareça que ele quer mamar).  Um bebé pode desejar mamar passados 15 minutos de ter terminado uma mamada, ou pode passar 4 horas sem pedir o peito. Contudo, deve certificar-se que o bebé está a mamar leite suficiente ou seja, ele deve mamar pelo menos 8 a 12 vezes, em cada 24 horas.

Quando o seu bebé tem fome ele pode fazer algum destes gestos: encostar o nariz ao seu peito, fazer movimentos da boca em busca do mamilo, fazer movimentos de sucção, pôr as mãos na boca, chorar.

Nas primeiras 3 semanas de vida, o intervalo entre cada mamada não deve ser superior a 3 a 4 horas (o tempo é contado desde o início de uma mamada até ao início da seguinte).  Se for necessário, você terá que despertar o seu bebé para que ele mame (durante essas primeiras semanas). 

Alguns recém-nascidos são dorminhocos e difíceis de acordar. Verifique a temperatura ambiente (o excesso de calor provoca sonolência) e o vestuário do seu bebé. Estará demasiado agasalhado?

 

Quanto tempo deve durar cada mamada?

O tempo que cada bebé necessita para completar uma mamada, varia de bebé para bebé e de mãe para mãe.  Varia de mamada para mamada e depende muito da idade do bebé. Um recém-nascido demora bastante mais tempo em cada mamada do que um bebé de 6 meses. Além disso, a composição do leite é diferente no início e no final da mamada, e também é diferente nos primeiros dias de vida ou quando o bebé tem 6 meses. O leite do início da mamada é mais aguado e contém a maior parte das proteínas e açúcares. O leite do final da mamada é menos abundante mas tem mais calorias (é rico em gordura e vitaminas lipossolúveis). O tempo que o bebé demora em cada refeição é muito variável e não há que estabelecer regras fixas. 

O bebé é o único que sabe quando é que "já chega", quando é que ficou satisfeito e para isso é importante que tenha tomado suficiente leite do final da mamada (aquele que é rico em gordura). O ideal é que a mamada dure até que seja o bebé quem se solta espontaneamente do peito. Os bebés amamentados regulam-se a si mesmos: mamam o que necessitam em cada refeição.

É importante referir que não são as mamadas longas ou muito frequentes que provocam gretas nos mamilos, mas sim a posição incorreta do bebé á mama e a forma errada de ele "agarrar" o mamilo.

 

Em cada mamada, deve mamar nos dois peitos ou apenas em um?

A composição do leite é diferente no início e no final da mamada.  O leite do início da mamada é mais aguado e contém a maior parte das proteínas e açúcares. Este leite inicial serve para saciar a sede do bebé.

À medida que mama, o leite vai-se tornando progressivamente mais rico em gordura. O leite do final da mamada é rico em gordura e por isso tem mais calorias ("engorda" mais do que o leite inicial). O bebé necessita tanto do leite inicial como do leite final. Por esta razão, é importante deixar que o bebé mame completamente do primeiro peito antes de oferecer-lhe o segundo. Espere até que o bebé se solte espontaneamente da mama.  Só depois deve oferecer o outro peito. Algumas vezes pode aceitá-lo, outras vezes estará saciado e não vai querer mais.

Na mamada seguinte, deve começar por oferecer ao bebé a mama que ficou mais cheia (aquela que antes tinha oferecido em segundo lugar e na qual o bebé mamou menos tempo).

 

O bebê está fazendo do meu peito uma chupeta?

Esta comparação é ridícula.  As mulheres amamentam os seus filhos desde há milhares de anos e as chupetas inventaram-se há cerca de cem anos. 

A mãe não é uma chupeta humana. A chupeta é que é uma fraca imitação do peito da mãe, uma mãe de borracha. Quando um bebé procura consolação, o peito da mãe dá-lhe leite, amor e calor. O contato físico com o corpo da mãe acalma o bebé. Pelo contrário, as chupetas não têm esta capacidade e podem mesmo distrair um bebé que esteja a pedir alimento.

Mais uma vez, é importante referir que não são as mamadas longas ou muito frequentes que provocam gretas nos mamilos, mas sim a posição incorrecta do bebé á mama e a forma errada de ele "agarrar" o mamilo.

 

Se o bebê quer mamar toda hora é por que o leite ficou fraco?

Não existe leite fraco. O que acontece é que os bebés passam por períodos de crescimento mais rápido, as chamadas "crises de crescimento".  Nestas fases, o bebé quer mamar mais frequentemente e estas mamadas frequentes vão fazer aumentar a produção do leite materno. Quando o bebé mama ao peito, estimula as terminações nervosas que farão com que a sua mãe produza muito leite. Quanto mais o bebé mama, mais leite a mãe produz.

Ao fim de 2 ou 3 dias a quantidade de leite produzida pela mãe aumentou consideravelmente e agora é suficiente para que o bebé volte novamente a fazer intervalos maiores entre as mamadas.

 

Até quando devo amamentar meu bebê?

Você deve amamentar até quando você e seu bebé desejarem. Não há duas mães iguais nem dois bebés iguais. Os benefícios da amamentação, quer para a mãe quer para o bebé, continuam enquanto esta durar.

 

Devo desmamar o meu filho porque as pessoas acham que ele já é "grande"?

Cada criança é diferente no seu crescimento e no seu caráter.  A idade em que os bebés têm o seu primeiro dente, a idade em que aprendem a andar sem apoio, a idade em que deixam de usar fraldas, varia muito de criança para criança.  O mesmo se passa com a idade em que uma criança está preparada para abandonar a amamentação.

Existem muitas razões para que uma criança necessite de ser amamentada durante mais tempo do que outra.  Algumas crianças podem ter uma forte necessidade de sucção.  Outras podem ter uma grande necessidade de proximidade e contato físico. 

O ideal é que a criança possa crescer ao seu próprio ritmo e que ela desista da amamentação quando estiver pronta para isso.

Algumas mães são pressionadas por outras pessoas para desmamar os seus filhos.  Críticas, comentários e opiniões negativas são frequentes, sobretudo quando a criança amamentada já é “crescida”.  Quanto mais próxima é a relação da mãe com a pessoa que a pressiona,  mais difícil é lidar com as críticas.  A mãe deve basear a sua decisão nas suas próprias necessidades,  nas necessidades do seu bebé e não nas expectativas de outras pessoas.

Estudos de antropologia, demonstram que em sociedades não ocidentais, onde não existe pressão social para desmamar as crianças, é habitual a amamentação continuar até aos 3 e 4 anos de idade.

A mãe deve usar a sua intuição como guia, em vez das instruções de outras mães, já que não há duas mães iguais nem duas crianças iguais. Por isso, o desmame não deve ser imposto de fora como algo artificial, mas sim uma etapa que surge naturalmente ao longo do crescimento da criança e da sua relação com a mãe.


Topo da Pagina topo da páginaExtrair e Conservar o Leite

Algumas vezes pode ter necessidade de extrair o seu leite. Tal como os outros alimentos, o leite materno também pode ser conservado no frigorífico ou congelado.

Extrair o leite materno pode ser necessário para ajudar o bebé a agarrar ao peito, se a mama estiver demasiado cheia; se a mãe sente os peitos muito cheios e desconfortáveis; se o bebé é demasiado pequeno ou doente para se alimentar ao peito; se precisa de estar longe do bebé durante algumas horas (ou se está de regresso ao trabalho); para aumentar a sua produção de leite.

Métodos para extrair o leite materno: extração manual, extração com bomba manual e extração com bomba. Há vários modelos de bombas para extracção de leite materno. As bombas em formato de "buzina de bicicleta" (com uma "pera" de borracha semelhante à dos aparelhos de medir tensão arterial) são desaconselhadas porque podem traumatizar o mamilo e também porque são as menos higiénicas.

Qualquer que seja o método utilizado, deve seguir estes passos: lave bem as mãos; procure um local sossegado onde esteja confortável e descontraída; tenha o seu bebé perto de si, ou olhe para uma fotografia dele; faça uma suave massagem no peito, de forma circular, com a ponta dos dedos, para ajudar o leite a fluir. Estimule suavemente os mamilos rodando-os entre os dedos. As peças da bomba (caso use uma) e o frasco ou biberão onde vai armazenar o leite, devem ser lavados com água quente e detergente e esterilizados.

Extração manual do leite materno

  1. Coloque o polegar na aréola acima do mamilo e o indicador, na aréola por baixo do mamilo, em oposição ao polegar.
  2. Mantendo os dedos no mesmo lugar na pele, pressione o polegar e o indicador um pouco para dentro, contra as costelas.
  3. Mantendo esta suave pressão em direcção às costelas, pressione a aréola atrás do mamilo, entre o polegar e o indicador, facilitando a saída do leite dos reservatórios até ao mamilo. Pressione e solte, pressione e solte. Isto não deve doer – se doer, a técnica está errada. Pode demorar 1 ou 2 minutos até o leite começar a sair.
  4. Pressione a aréola da mesma forma também na sua parte lateral para que o leite seja retirado de todos os segmentos da mama. Alterne as mamas cada 5 minutos ou quando diminuir o fluxo de leite. Lembre-se de repetir a massagem. A quantidade de leite que se obtém em cada extracção pode variar. Não se deve avaliar a produção de leite pela quantidade que se pode extrair.
  5. De um modo geral, durante a manhã consegue extrair-se mais leite do que durante a tarde.

Conservar o leite

À temperatura ambiente durante 6 horas; no frigorífico (0 a 4º) durante 48 horas; no congelador (dentro do frigorífico) durante 1 semana; no congelador (independente do frigorífico) ou na arca congeladora durante 3 meses.

Atenção! Estes tempos de conservação do leite não são acumuláveis: não se pode, por exemplo, deixar o leite 10 horas à temperatura ambiente, depois dois dias no frigorífico e depois congelá-lo por 3 meses.

Quando congelar o leite deve sempre colocar uma etiqueta com a data.

Para descongelar o leite: descongele lentamente, deixando-o no frigorífico; agite o recipiente com leite em água quente, mas não a ferver (por exemplo, debaixo da torneira, com água corrente); não recomendamos o uso do microondas; depois de descongelado use-o dentro de 24 horas; não volte a congelar o leite que já descongelou.

 

Topo da Pagina topo da páginaAspectos Psicológicos da Amamentação

De modo geral, as futuras mamães têm a informação de que é importante amamentar o seu futuro bebê. Porém, a nível emocional, as dificuldades no decorrer do processo, ou seja, na prática, aparecem freqüentemente.

Muitos estudos e experimentos científicos comprovaram que, através da amamentação, mãe-filho têm maior oportunidade de envolvimento e aprofundamento afetivo. Psicologicamente, ocorre uma redução do efeito traumático da separação provocada pelo parto. Portanto, a amamentação não é apenas um processo fisiológico de amamentar o bebê, mas envolve um padrão mais amplo de comunicação psicossocial entre mãe e bebê.

Pesquisas recentes têm demonstrado a superioridade do leite materno em todos os aspectos. Do ponto de vista psicológico, um dos aspectos mais relevantes para mim é: a mãe que amamenta, possibilita ao seu bebê, além das vantagens nutritivas do leite materno, o contato epidérmico fundamental para seu desenvolvimento.

É através deste contato que a criança relaciona-se com o mundo, abrindo-se para novas experiências. É este contato corporal que constitui a origem principal do bem-estar, segurança e afetividade, dando ao bebê a capacidade de procurar novas experiências.

Ocorre, porém, que uma série de fatores, um conjunto de atividades, necessita existir e se manifestar para que a amamentação ocorra com sucesso.

Quando a mãe está cercada de pessoas que conseguem ajuda-la e apóia-la, sem desqualificar suas capacidades de cuidar do bebê, os sentimentos de autoconfiança e satisfação emocional aumentam. Conseqüentemente, o reflexo de liberação ocorre e a produção de leite é satisfatória. Assim, é importante a existência de um ambiente familiar favorável que transmita encorajamento.

No entanto, observa-se comumente atitudes críticas, desencorajadoras e pouco confiantes por parte de parentes e amigos da puérpara, especialmente no que se refere à sua capacidade de amamentar; é freqüente que, diante de qualquer coisa peculiar que aconteça ao bebê, as primeiras suspeitas recaiam sobre o leite materno (“é fraco”, “provoca cólicas”, “dá diarréia” ou “dá prisão de ventre”, etc.), carregando implicitamente uma mensagem de inadequação para a mulher como mãe com o efeito geral não só de inibir a lactação, através da ansiedade, como também prejudicar muitas vezes outras funções maternais, comprometendo  o estabelecimento de uma ligação boa e tranquila.

As emoções afetam a lactação através de mecanismos psicossomáticos específicos. Calma, confiança e tranqüilidade favorecem um bom aleitamento; por outro lado, medo, depressão, tensão, dor , fadiga e ansiedade tendem a provocar o fracasso da amamentação.

Observa-se também que o curso do aleitamento será determinado, em grande parte, por fatores tais como: o medo de perder a estética dos seios com a amamentação; ou ainda, na raiz de muitos casos, encontra-se uma dissociação entre maternidade e sexo: a mulher que não amamenta por considerar os seios como símbolos sexuais e a amamentação como algo “puro”, destituído de sensualidade; e a mulher que amamenta, mas deixa de utilizar os seios como fonte de prazer erótico, empobrecendo sua sexualidade.

A maior incidência da alimentação artificial e a altíssima percentagem de fracasso nas tentativas de amamentar refletem não só mudanças tecnológicas e sociais mas, também, certamente, o caráter anti-instintivo e esquizóide da nossa época, em que os afetos e a proximidade emocional são tão temidos.

É nesta tendência que se inserem o parto sob narcose, a cesária a pedido e a secagem artificial do leite.

Um outro fator que faz com que a amamentação seja vivenciada de forma tão assustadora por várias mulheres é o medo de “ficar presa”, pois a mamadeira pode ser administrada por qualquer pessoa. E ainda, a mamadeira simboliza um objeto intermediário que lhes dá segurança de um certo grau de afastamento e não envolvimento.

No entanto, muitas são as alternativas para estruturar e conciliar a volta às atividades profissionais com a amamentação.

Normalmente as preocupações da gestante voltam-se mais freqüentemente para o enxoval, decoração do quarto, espaço físico, qual nome escolher para o bebê, etc. Enfim, são poucas as gestantes que valorizam e procuram um acompanhamento psicológico para garantir uma gestação, parto e puerpério o menos estressante possível, tirando proveito desta agraciada etapa da vida de uma mulher, para amadurecer como ser humano e para garantir que o seu bebê desfrute o máximo possível de equilíbrio, harmonia e saúde mental.

A amamentação estabelece uma ligação mais íntima entre a mãe e o bebê, satisfazendo de modo mais amplo as necessidades emocionais de ambos, oferecendo ao bebê uma maior garantia do equilíbrio interno.

O aleitamento materno confere segurança emocional, estreitando o vínculo entre mãe e o filho, construindo um momento insubstituível.

O leite da mãe não flui como um líquido excretado. É uma resposta a um estímulo, e o estímulo é o ver, o sentir o cheiro de seu bebê e o som de seu choro que indica a necessidade. É tudo uma mesma coisa, o cuidado que a mãe tem com seu bebê e a alimentação periódica se desenvolve como se fossem um meio de comunicação entre os dois – uma canção sem palavras.

A amamentação pode dar estimulação tátil à mãe e ao filho em um ambiente reativo para ambos.

Segundo Klaus y Keennell durante a amamentação o bebê pode ver com clareza o rosto da mãe, suas expressões faciais e sentir seu calor e seus braços. Ocorre uma grande comunicação silenciosa entre mãe e o bebê. É interessante perceber como o bebê para de sugar ou altera a frequência de sucção quando os pais começam a falar com ele durante a amamentação.

Assim, o relacionamento com a mãe se torna principalmente qualitativo. Não importa apenas dar o seio, o que importa é como o seio é dado e como as solicitações são atendidas, ou seja, não se está incorporando apenas o leite da mãe, mas também sua voz, seus embalos, suas carícias.

As carícias da mãe, no ato de amamentar, não só proporcionam intensa sensação de prazer, elas vão progressivamente dando à criança a configuração do seu próprio corpo permitindo o estabelecimento de limites do seu "eu" devido ao contorno que lhe é proporcionado pelo corpo materno.

Amamentar é uma "vacina" contra a carência psico-afetiva da criança. No ato de alimentar o bebê, a mãe está semeando a primeira sensação interior de "auto-estima", está gravando no sistema nervoso do seu filho a paz do amor que ela sente por ele.

Mesmo não havendo leite no seio a mãe será adequada se puder amar e se puder repetir todo o ritual existente na amamentação real.

Com frequência a ausência de aleitamento materno se relaciona a problemas emocionais no desenvolvimento do bebê, mas não é especificamente a falta de mãe que ame e que se engaje na relação com seu filho.

No contato mãe-filho, durante a amamentação, o seio constitui o primeiro objeto de amor e ponto de partida para o desenvolvimento das relações objeta. Desta forma o bebê pode introjetar a vida afetiva, espiritual e alimentaria que lhe é brindada pela mãe através deste ato amoroso.

Quando o aleitamento não se realiza nestas condições se cria no bebê um grande vazio afetivo. Neste sentido, a solidão e a falta de contato com a mãe começa a alimentar uma situação de angústia e ansiedade no bebê criando lhe insegurança e transtornos afetivos.

Assim, a amamentação não constitui um momento mágico do conhecido amor materno. É mais uma conseqüência de uma série de fatores. Não é possível pensar em tudo que a mulher carrega consigo no seu histórico de saúde e, especialmente, no parto daquele bebê.

Existem orientações "diferentes" para Amamentação. A amamentação está interligada à gestação numa relação de continuidade, tanto no aspecto biológico quanto afetivo, onde a construção do vínculo mãe-filho se dá no decorrer dos nove meses.

A decisão de amamentar da mulher está interligada à sua história de vida e ao significado que atribui a este ato. Essa opção pessoal pode ser influenciada por alguns aspectos como o emocional, o social, o cultural e o econômico.

O conhecimento sobre os benefícios nutricionais e imunológicos do leite materno, o melhor desenvolvimento físico, mental e emocional dos bebês amamentados, além das vantagens de proteção à saúde da mãe, são fatores que influenciam esta decisão. A aprovação e as atitudes do esposo em relação ao aleitamento materno também são consideradas pela mulher na sua decisão.

Outro ponto importante é o relacionado com a presença da mãe da nutriz. A filha repete um comportamento que é o mesmo dos tempos antigos praticado por sua mãe e que por sua vez foi transmitido por sua avó. Assim, as mães das nutrizes vão passando conhecimentos através das gerações de mãe para filha.

A filha se apóia no modelo da mãe e repete as vivências de sua própria genitora. Mesmo num ambiente com inúmeros estímulos adversos a pratica do aleitamento, o fato de ter visto mulheres amamentando e acalentado seus filhos é um incentivo à continuidade dessa prática.

A partir desses pontos de vista o papel do trabalhador de saúde estaria relacionado – além dos aspectos geralmente tratados – com outras situações que abrangem as seguintes características:

1. Mudar a abordagem do aleitamento materno, incluindo no acompanhamento pré-natal e no puerpério a figura da mãe da nutriz como educadora, incentivadora e espelho de vida para filhas e agora mães. Desta forma, as mães-avós se sentirão valorizadas e incentivadas a estar junto às filhas;

2. Considerar o período pré-natal e o puerpério como momentos importantes para a futura mãe em que principalmente o pai do bebê deve apoiar e acompanhar com seu amor o seu filho e a sua mulher, além de participar das questões referentes ao aleitamento materno;

3. Valorizar o papel da mulher e não apenas ver a amamentação como um fator de saúde infantil. É necessário ver a mulher integralmente com um bom acompanhamento pré-natal que signifique não apenas cuidados médicos, se não também atenção e respeito ao aspecto emocional durante toda a gestação.

 

Topo da Pagina topo da páginaPerspectivas Históricas da Amamentação

Na pré-história, o desconhecimento da domesticação de animais provavelmente fez com que o aleitamento materno se prolongasse até que a criança fosse capaz de procurar seu próprio alimento.

Descrições detalhadas sobre o aleitamento materno do próprio filho ou de outras crianças são descritas no código de Hamurabi, datado de cerca de 1800 aC.. Na enciclopédia de crenças adjurvédicas, o "Caramata Samhita", verifica-se importância dado ao leite materno.

No Egito pré-ptolomeico (323 a 30 aC.), a amamentação se prolongava até os três anos. Não foram achadas mamadeiras nas escavações deste período.

A Bíblia também é rica em histórias sobre aleitamento, um exemplo destas se encontra no Êxodo 2, 6-8:

"[...] teve por isso compaixão dele, embora dissesse: este é um dos meninos dos hebreus. A irmã dele disse então à filha do Faraó: devo ir e chamar especialmente para ti uma ama entre as mulheres hebréias afim de que amamente para ti? De modo que a filha do Faraó lhe disse: vai!"

Em Esparta, as mulheres sempre amamentaram seus filhos e mesmo a esposa do rei era requisitada a amamentar seu filho mais velho.

É na Grécia que se realiza a introdução do leite de vaca, após 6 meses, com leite de nutriz. Este costume da alta classe grega chega ao Egito e depois a Roma.

O Talmud não faz referências a métodos artificiais de amamentação. O Corão recomenda a amamentação por dois meses.

A Inglaterra, do século XVI ao XVIII, predominava nas mulheres a crença de que a amamentação envelhecia o corpo. Este fato é revertido no fim do século XVIII, quando se começa advertir o aumento da mortalidade infantil após o desmame precoce, reforçando-se a prática de amamentar.

No século XX, se faz evidente a diferença entre a freqüência do aleitamento das sociedades com maior acesso a bens de consumo e tecnologia e outras onde este acesso torna-se mais difícil.

Atualmente, a campanha em prol do aleitamento tem dado resultados em vários aspectos, mas, ainda assim, falta grande quantidade de mães e pais convencidos acerca dos benefícios da amamentação. São muitos os fatores que influenciam esta decisão, os quais devem ser abordados de uma maneira adequada.

 

Topo da Pagina topo da páginaComo Parar de Amamentar

Parar de amamentar ou de mamar no peito, no caso do bebê deveria ser um processo simples que acompanha o desenvolvimento da criança, como largar as fraldas. Mas às vezes não é bem assim: a mãe sofre porque o filho pede algo que ela tem, mas não pode ou não quer mais dar; e o bebê acaba sofrendo porque, na verdade, o leite representa para ele muito mais que um alimento. É uma troca importante com a mãe, carregada de carga emocional.


Quando está sendo amamentado, o bebê reconhece o corpo da mãe, do qual já era íntimo bem antes do nascimento. Ele está familiarizado com seu cheiro, sua temperatura e os sons, como os da digestão e dos batimentos cardíacos. Nos primeiros meses de vida da criança, o peito significa porto seguro.

Diante de qualquer desconforto que o pequeno venha sentir, o contato com o corpo da mamãe é o mais capaz de representar acolhimento. Por tudo isso, o Ministério da Saúde recomenda amamentação exclusiva até o sexto mês e que a criança continue mamando até os dois anos.

Se trata de um vínculo muito forte, mas chega uma hora em que é preciso parar, seja depois dos dois anos, ou no caso de mães que voltam a trabalhar, têm algum problema de saúde ou que engravidam novamente. É importante que a mamãe entenda que a amamentação representa tranquilidade e segurança para a criança. Por isso, na época do desmame ela precisa estar muito presente, mantendo o vínculo e passando confiança ao seu filho porque o que ele realmente quer é proteção.

Na situação ideal, a idade de dois anos não é escolhida de forma aleatória para o desmame. Nessa fase, a criança passa a conhecer os alimentos e a descobrir novos sabores, o que diminui as mamadas sem qualquer sofrimento.

É também por volta dessa idade que ela começa a despertar o interesse pelo mundo a sua volta e passa a não sentir conforto somente com o peito da mamãe. Aos poucos ela o substitui pelo bichinho de pelúcia, por atividades como brincadeiras com algum familiar, carinhos da mamãe e do papai ou qualquer coisa que a distraia.

Algumas crianças passam naturalmente a não aceitar mais o leite materno (o que facilita no processo do desmame). Nessa fase ele é curioso e por isso aceita bem o que lhe é oferecido. Começa a conhecer as texturas, os odores e as cores. Ele está descobrindo o mundo e progredindo. Isso torna tudo mais simples.

Para ser menos doloroso, quando o desmame acontece antes dos dois anos, o cuidado deve ser maior. Muitas vezes a criança ainda não está preparada e pode encarar o final dessa fase como uma rejeição. Até o oitavo mês, o bebê  entende que ele e a mãe são uma só pessoa. Por isso uma separação feita na época e de forma errada pode gerar traumas. Um dos segredos é redobrar os carinhos.

A criança se sente importante no momento em que está sendo amamentada. Assim o instante da mamada pode ser substituído por alguma outra atividade em que a mãe dedique atenção personalizada. Pode ser cantar uma música, contar uma historinha. O papel do pai é fundamental para o filho nesse processo. Ele será uma espécie de ponte entre o bebê e o mundo e representará o que existe além do mundinho da relação mãe e filho.

Quanto ao desmame tardio, algumas mães amamentam mesmo após os dois anos de idade. Existem crianças que mamam até os três anos ou mais e que se lembram com carinho dos momentos em que eram amamentadas.Não existe problema em caso de desmame tardio. Só é ruim se a mãe não souber impor limites e substitui alguma refeição pelo leite materno .

Depois dos dois anos, o leite materno deixa de ter importância nutricional e o ato tem apenas um significado sentimental. Mas a mãe precisa ter consciência de que deve permitir que o filho se desenvolva como uma pessoa independente dela.

O desmame é o processo pelo qual o bebê deixa de se alimentar através do aleitamento materno e passa a receber todos os nutrientes de que precisa através de outras fontes alimentares.

Algumas mães preferem escolher o momento para parar de amamentar, enquanto outras deixam a decisão nas mãos do bebê. Os especialistas recomendam que o desmame seja feito por vontade da criança, a qual, segundo eles, dará sinais de que está pronta (física e emocionalmente) para deixar de mamar. Quando motivado pela mãe, o desmame requer muita paciência e pode levar algum tempo. Esse tempo varia muito de criança para criança, mas pode se estender de algumas semanas apenas a até seis meses.

Desmamar uma criança não deixa de ser como uma longa despedida cheia de emoções misturadas -- às vezes dolorosas, às vezes liberadoras. O importante é que o desmame não signifique o fim da intimidade que você estabeleceu com seu filho durante o aleitamento. Você só terá que substituí-lo por outras formas de carinho. Se a hora da mamada servia para confortar o bebê, procure ler ou cantar para acalmá-lo.


Passo-a-passo para interromper a amamentação

Se puder, não estabeleça um calendário fixo para deixar de amamentar. Procure observar se seu filho já dá sinais de que está pronto para isso. Observe se ele demonstra menos interesse pelo peito, se já substituiu algumas mamadas por outros tipos de alimentos ou até se prefere brincar. Você, melhor do que ninguém, saberá julgar. Vá devagar. Os especialistas aconselham a não parar de amamentar de repente, porque a experiência pode ser bastante traumática para a criança e nada confortável para você. Passar, por exemplo, um fim de semana longe do seu filho não é uma boa forma de encerrar o aleitamento, já que poderá deixá-la com seios cheios demais e até levar a uma mastite.

Se o bebê não mostra sinais de que está pronto para parar de mamar, o desmame possivelmente será enfrentado com resistência. Tente ser paciente. Lembre-se de que a amamentação não é somente fonte da nutrição da criança, é também de conforto. Tendo isso em mente, o melhor a fazer é ajudar o bebê a se ajustar à nova rotina. Você pode experimentar os seguintes métodos:

Só ofereça o peito quando seu filho demonstrar interesse. Se o bebê estiver distraído na hora da mamada ou se abocanhar o peito por segundos apenas, pode ser que esteja indicando que é um bom momento para parar. Pule uma mamada e veja o que acontece. Dê leite em um copinho ou na mamadeira. Você pode tirar seu próprio leite ou dar uma fórmula infantil (no caso de crianças maiores que 1 ano, o leite de vaca integral também pode ser oferecido). Ao ir perdendo uma mamada por vez, a criança tem tempo para se adaptar às mudanças. Sua produção de leite também vai diminuir gradualmente, sem deixar os seios ingurgitados ou com uma possível mastite (inflamação mamária).

Atrase as mamadas. Tente adiar as mamadas se estiver amamentando só de vez em quando. Quando seu filho pedir o peito, diga que não chegou a hora ainda e procure distraí-lo. Este método funciona bem com crianças um pouco mais velhas, com quem é possível tentar argumentar. Em vez de dar de mamar no começo da noite, espere até a hora de dormir.

1. Nunca inicie o processo em momentos conturbados para o bebê. Situações como os primeiros dias na escolinha, a volta da mamãe ao trabalho, a separação dos pais ou enfermidade o deixa vulnerável e a amamentação tem uma função de equilíbrio emocional.
2. Não desmame de uma hora para a outra. Comece tirando uma mamada menos importante, como as do meio do dia. Atenção: se a mulher engravidar novamente, recomenda-se iniciar o desmame de forma lenta. Logo a criança perderá o interesse, pois o gosto do leite tende a mudar.
3. Nas horas habituais das mamadas, não ofereça o peito até que a criança peça. Tente entretê-la com alguma atividade ou ofereça outra opção de alimento. Esta técnica permite uma redução gradual no número de mamadas.
4. Procure diminuir a duração das mamadas. E depois de terminá-la, dê a seu filho um brinquedo ou sugira alguma atividade que ele particularmente goste.
5. Troque o lugar onde normalmente costuma amamentá-lo e varie sempre.
6. A mamada antes de dormir ou no meio da noite no geral são as mais difíceis e as últimas a serem tiradas. Se a criança já tiver mais de um ano, toda vez que ela pedir para mamar de madrugada, repita que a noite foi feita para dormir. Caso a criança durma perto da mãe, o primeiro passo é afastá-la. O papel do pai é fundamental. É ele quem deve atender aos chamados do filho no meio da noite, ser paciente e resistente mesmo que ele chore.

 

Topo da Pagina topo da páginaQuando Parar de Amamentar

Não existe uma idade padrão para parar de amamentar, enquanto a mamãe possuir leite ela pode dar de mamar ao seu filho. No entanto, não se esqueça de que a criança está em fase de crescimento e requer de alta fonte energética, proporcionada pelas propriedades nutricionais de outros alimentos.

Não há nenhuma resposta definitiva a esta questão. Os pediatras e a Organização Mundial de Saúde aconselham que se use a amamentação exclusivamente até aos 6 meses. Após os seis meses a amamentação deve ser complementada gradualmente com outras comidas para bebé. Não há um sinal ou uma data para parar a amamentação. Este processo vai depender, sobretudo, do bebé. Com o tempo ele vai preferindo provar e descobrir os sabores das papinhas. E gradualmente vai perdendo o interesse em mamar.

Este é um processo absolutamente natural, e, não se deve preocupar demasiado com este assunto. Em último caso deve consultar, sempre, um pediatra. Você em conjunto com o pediatra irão decidir qual é a altura ideal e a melhor forma de o fazer, para que não interfira com a saúde do bebé.

A amamentação prolongada é uma forma de relação e um vínculo muito bom para mãe e filho se isso for gostoso para ambos. Aconchego e colo todo mundo precisa, não é mesmo?

Depois dos seis meses, o bebê já tem todo o seu sistema digestivo amadurecido para receber outro alimento que não somente o leite materno e também já necessita de nutrientes que não são encontrados no leite produzido pela mamãe. O desmame começa aqui, com a introdução de novos alimentos, mas não o desmame total. Mãe e bebê são os protagonistas e são vocês quem decidirão quando parar de vez.

O que não pode acontecer é a mamãe achar que por estar amamentando seu filho será seu bebê para sempre, não incentivando a sua independência. Há o medo por parte da mãe de que se ele parar de sugar o seu peito, o vínculo entre os dois seja quebrado.

Essa idéia é errada e pode ser muito ruim no desenvolvimento da criança, já que essa postura pode dificultar o processo de "independência" da criança. Não confundir carinho com proteção em excesso. Pode acontecer de a criança demorar mais para falar ou falar como uma criancinha pequena ou até mesmo de não querer sair das fraldas.

Como e quando parar de dar o leite? Se parar de oferecer o peito, há outras maneiras de se criar o vínculo com a criança. O cuidar, a atenção, o amor, o brincar e o conversar são formas fantásticas de vínculos que todas as crianças precisam e só a mamãe com seu jeitinho pode criar.

O desmame não deve ser feito por pressão, isto é, porque a amiga, a avó ou os vizinhos estão dizendo que seu filho está muito grande para ainda estar no peito. O desmame deve acontecer naturalmente e quando mãe e criança estiverem seguros disso.

O desmame natural, sem pressa e sem pressão faz com que o corpo da mamãe e o bebê se preparem para isso. Se a mamãe achar estar pronta antes da criança, a ajuda de um profissional poderá se fazer necessária.

Se a mamãe estiver decidida a parar de amamentar, há algumas atitudes da criança que demonstram estar pronta para o desmame total.

Um menor interesse nas mamadas, distração fácil quando você oferece um brinquedo ou um outro alimento em vez do peito, aceite não ser amamentada em certos horários ou locais, aceita outro tipo de consolo, é segura na relação com a mãe e não fica ansiosa com o encorajamento de não mamar são alguns dos sinais.

O desmame demanda energia, paciência e flexibilidade. Retirar uma das mamadas por semana, não tentar o desmame com outra mudança ocorrendo, como o controle do xixi, a mamãe não se ausentar nesse período e dar outros tipos de atenção ao pequeno são algumas dicas para um desmame natural e gradual.

As mamães devem saber que o desmame pode desencadear mudanças físicas e emocionais, entre as quais mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos, entre eles alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Se a amamentação for feita com carinho, cuidado, incentivando e deixando o crescimento e desenvolvimento da criança acontecer, não há idade para o desmame total ocorrer.

Dicas

Evite sentar na poltrona ou lugar que você normalmente amamenta, assim evitará o desejo da criança de querer mamar. Não oferecer o peito e nem recusar quando a criança pedir é uma tática para a criança ir se desinteressando do peito. Peça a ajuda do pai. Nos horários em que a criança costuma mamar, peça ao pai para que distraia a criança com algum brinquedo ou passeio.

 

Topo da Pagina topo da páginaEstudos de Amamentação


Pesquisa inédita revela que amamentação pode aumentar inteligência

Se os efeitos imediatos da amamentação sobre a saúde e o desenvolvimento dos bebês já é reconhecido – oferecendo proteção a doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade –, os impactos em longo prazo acabam de ser revelados por uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores da Universidade de Pelotas, que acompanhou 3,5 mil recém-nascidos durante mais de três décadas. Segundo a publicação, uma criança amamentada por pelo menos um ano obteve, aos trinta anos, quatro pontos a mais de QI e acréscimo de R$ 349 na renda média.
O estudo, realizado desde 1982, comprova que, quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos. É o primeiro estudo no Brasil a mostrar o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na renda. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (18) pela The Lancet, uma das publicações científicas mais importantes do mundo.
Outra questão inédita do estudo é mostrar que, no Brasil, os níveis de amamentação estão distribuídos de forma homogênea entre diferentes classes sociais, não sendo mais frequente entre mulheres com maior renda e escolaridade. Para a realização da pesquisa, os responsáveis pelo estudo, Cesar Victora e Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), contaram com financiamento do Ministério da Saúde e de entidades como o CNPQ, a FAPERGS, a Wellcome Trust e o International Development Research Center, do Canadá.

O papel do Ministério da Saúde com a promoção de campanhas educativas e outras ações desenvolvidas a nível nacional, inclusive com o estímulo a adoção da iniciativa Hospital Amigo da Criança e da criação dos bancos de leite, é fundamental nesse processo. Isso se transforma em algo concreto que é o aumento da prevalência de amamentação no Brasil, reconhecido, inclusive, fora do país”, comenta o pesquisador Bernardo Horta.
Os efeitos benéficos da amamentação, como o impacto direto na inteligência, são explicados pela presença de ácidos-graxos saturados de cadeia longa no leite materno, essenciais para o desenvolvimento do cérebro.
Metodologia – As informações sobre o desempenho nos testes de QI e o tempo de amamentação foram obtidas entre 3.493 participantes da amostra inicial de nascidos em Pelotas em 1982. Nos primeiros anos de vida das crianças os pesquisadores coletaram dados sobre o tempo de amamentação de cada criança. Quando estavam com 30 anos, em média, os participantes realizaram testes de QI (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos, terceira versão), e as informações sobre grau de escolaridade e nível de renda também foram coletadas.
Os pesquisadores dividiram esse universo de mais de 3,4 mil pessoas em cinco grupos com base na duração do aleitamento quando bebês, fazendo o controle para dez variáveis sociais e biológicas que podem contribuir para o aumento de QI, entre elas, renda familiar ao nascimento, grau de escolaridade dos pais, ancestralidade genômica, tabagismo materno durante a gravidez, idade materna, peso ao nascer e tipo de parto.
Prevalência de Amamentação – Levantamento do Ministério da Saúde realizado em todas as capitais e Distrito Federal, além de outros 239 municípios e que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças – mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno no país cresceu um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008. O estudo também revelou um aumento do percentual de mulheres que realizam o Aleitamento Materno Exclusivo em crianças menores de quatro meses. Em 1999, era de 35%, passando para 51% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração do AME era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias – ou seja, mais que dobrou.
Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos sete anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS.
“Os programas que temos desenvolvido ao longo desses anos tem feito a diferença em relação ao aumento da prevalência de aleitamento materno. Os impactos positivos mostrados pela pesquisa da Universidade de Pelotas são mais um motivo para o investimento contínuo do Ministério da Saúde, pensando no desenvolvimento pleno das crianças durante a vida.”, afirma o coordenador de saúde da criança e aleitamento materno do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha.
Ações – O Ministério da Saúde realiza diversas ações relacionadas à amamentação. Entre elas, estão a Campanha Nacional de Amamentação, a Campanha Nacional de Doação de Leite, vinculada aos Bancos de Leite Humano, que terá sua edição 2015 lançada em 19 de maio, o incentivo ao Método Canguru, a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, voltado para a atenção básica, o Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta, além de estratégias como a Rede Cegonha (presente em mais de 5 mil municípios) e a iniciativa Hospital Amigo da Criança, com 323 unidades em todo o país.
Cada litro de leite doado nos Bancos de Leite Humano pode atender até 10 recém-nascidos, dependendo da necessidade. O Brasil conta com 215 Bancos de Leite e 145 Postos de Coleta, representando a maior Rede de Bancos de Leite do mundo.
Em 2012, o Brasil alcançou a meta 4 do Objetivos do Milênio, de redução da mortalidade na infância - menores que 5 anos -, três anos antes do prazo estabelecido pela ONU e com um dos melhores resultados do mundo, diminuição de 77%.

Acesse o estudo completo aqui*

 



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